No final do bimestre passado precisei apresentar um trabalho na faculdade com o tema "A Arte na Pós-Modernidade". Então me responsabilizei pela parte da música e algumas outras, mas deu um problema com o grupo na hora da apresentação e acabei perdendo as outras partes que tinha escrito sobre o mesmo assunto. Mas para quem se interessa pela música, vale a pena conferir o texto abaixo.
Para quem se interessar pelo assunto, eu indico o livro O Mal Estar da Pós-Modernidade de Zygmunt Bauman, que está na referência bibliográfica. Ao ler o texto e passando os olhos pelo livro na colocação de Lyotard, talvez possa entender a bagunça de gêneros musicais que existe na modernidade
Em 1983 Michel Foucault e Pierre Boulez, dois analistas da cultura contemporânea, debatiam o sentido da nova música. Foucault disse:
Não se pode falar de uma única relação da cultura contemporânea com a música em geral, mas de uma tolerância, mais ou menos benevolente, com a relação a um grande número de músicas. A cada um é concedido o “direito” à existência e esse direito é sentido como a igualdade de valor (BAUMAN apud FOUCAULT, 1997, p. 131).
O que Foucault quer dizer é que a música contemporânea (ou pós-moderna) não está ligada a cultura pelo fato de ser uma evolução da música clássica ou da própria música erudita, mas sim por estar dentro da sociedade, por ser diferenciada em cada região e ter o direito a sua existência, assim como tudo que é considerado cultura. Por isso, independente da música ser considerada de grande ou pequena produção ela ainda deve fazer parte da cultura, principalmente pela tolerância ou a igualdade de valor como Foucault diz.
François Lyotard vai dizer que a música, assim como arte, dês da modernidade procura os caminhos da representação do “sublime”. “Os artistas pós-modernos lutam por incorporar o não representável na própria apresentação” (BAUMAN, 1997, p. 133).
Essa colocação de Lyotard é o que explica toda essa “bagunça” de gêneros musicais que existem na pós-modernidade, pois veja bem: Na modernidade contávamos apenas com a música erudita e a clássica, que eram próximas em boa parte. O que ocorria? Os modernos faziam suas obras sublimes exprimindo-se no que já existia e não existia ao mesmo tempo, criavam-se harmonias e melodias inéditas, mas com ideia da música clássica/erudita, sendo assim, representável. Então na pós-modernidade começou a luta por incorporar o não representável, como foi posto acima, criando-se gêneros novos. É o que ocorre em toda pós-modernidade, querendo fazer o sublime de algo não representável assim criando outros e outros gêneros que no fim tem grandes ligações um com o outro.
Bibliografia consultada:
BAUMAN, Z. O Mal Estar da Pós-Modernidade. 1997. Rio de Janeiro: Zahar Ed. 1998.
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